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Arquitetos: Forma
- Área: 70 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Adrià Goula
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto apresenta a reforma de uma residência situada em Eixample Cerdà. O edifício, que data 1930, possui uma superfície de 70 m² com uma fachada principal na rua Provença e um pátio de serviço. Originalmente, o apartamento tinha a típica distribuição compartimentada do Eixample, com distintas camadas de materiais e instalações que foram sendo sobrepostas ao longo dos anos. Considerando o orçamento reduzido, decidimos manter a localização das instalações da cozinha e banheiro, renovando-as completamente e assim, empregar mais recursos no resto do apartamento.
Esfoliação
Antes da nossa intervenção, o apartamento apresentava uma imagem muito deteriorada e sombria devida a excessiva compartimentação. A principal ação foi a "esfoliação" seletiva de todas as camadas sobrepostas até chegar aos elementos construtivos tradicionais: ladrilhos hidráulicos, tetos abobadados e marcenaria original. A cor e o desenho único do pavimento hidráulico são elementos a ressaltar no nosso projeto, mantivemos o máximo de peças originais, desfazendo somente as que estava em muito mal estado. A fim de maximizar a entrada de luz natural e criar uma unidade na moradia, pintamos todo o piso de branco, ressaltando assim o solo e suas cores. Os materiais novos que foram incluídos, ainda que claramente atuais, dialogam harmoniosamente com o antigo para manter a percepção de unidade.
A mesa como arquitetura
Nós simplificamos a distribuição para ter espaços maiores e melhor iluminados. A zona mais relevante é a sala de jantar, centro do apartamento, onde está uma mesa de 3,10 metros de comprimento e um banco de 5,20 metros ao longo da parede, que faz as funções de assento, estante, espaço de armazenamento, etc. Esta única mesa do apartamento colocada entre a sala de estar, o dormitório principal e a cozinha, concentra todas as atividades da casa, atuando tanto como uma mesa de estudo, mesa de comer, lugar vinculado às tarefas da cozinha, etc.
Desintegração do limite
Desenhamos limites interiores para criar diferentes espaços com grandes aberturas colocadas para diminuir a sensação de confinamento. Através de um sistema de portas de correr, podemos transformar o espaço para dar a privacidade necessária, uma maior intimidade ou ampliar o espaço. As portas, que deslizam por fora sempre a vista, criam uma composição dinâmica de dois limites. Substituindo a parede opaca por vidro na parte superior da divisória, conseguimos uma maior sensação de espacialidade sem tirar a privacidade e melhorando notavelmente a iluminação natural dos espaços.